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June 30, 2020

Nove respostas para se tornar digital

Barbara Olivier, diretora-executiva de inovação e tecnologia na Afferolab, fala sobre sua visão sobre transformação de pessoas e empresas.


Entrevista concedida à jornalista Paola Carvalho do O Estado de Minas. Acesse a matéria original clicando aqui.



“A pandemia chegou de um dia para o outro afetando socialmente, economicamente e emocionalmente, exigindo uma redescoberta desesperada por comportamentos, serviços e produtos que façam sentido e sobrevivam a isso tudo”


Barbara Olivier, diretora-executiva de inovação e tecnologia na Afferolab


Barbara Olivier é diretora da empresa líder em aprendizagem corporativa no Brasil. Formada em tecnologia e pós-graduada em computação gráfica e multimídia, migrou totalmente para aprendizagem em 2003, voltando-se para formações em educação a distância (EAD) e extensões em gestão do conhecimento e design digital, inovação estratégica, além especializações em foresight, pelo Institute For The Future; e em blended learning, pela ATD, ambos nos EUA. Já deu palestras em eventos como e-Learning Guild, Online Educa Berlim e Festival Path. Confira nove respostas que ela dá para a transformação e aprendizagem digital de pessoas e negócios.


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Como a pandemia mudou suas perspectivas quanto ao futuro?


Modelar futuro é uma eterna observação de sinais, pesquisa de tendências, provocação de discussões emergentes, divergência e convergência e definição de hipóteses. A pandemia chegou de um dia para o outro, afetando emocional, social e economicamente, exigindo uma redescoberta desesperada por comportamentos, serviços e produtos que façam sentido e sobrevivam a isso tudo. Falando especificamente do cenário de aprendizagem, ou desenvolvimento de pessoas, a pandemia acelerou a adoção de abordagens, tecnologias e práticas de que muitos falavam, sabiam que eram tendências, mas que eram deixadas em segundo plano ou até desconsideradas por culturas instaladas. A cultura organizacional é uma barreira frequente para a transformação digital. A pandemia atropelou isso. Mudaram as prioridades e novas abordagens ou métodos mais digitais se configuraram, e se manterão assim, como o caminho primordial.


Quais mudanças de mindset após passar pelo Institute For The Future e outras instituições que são referência no mundo?


Aprendi que todos, independente de função e carreira, precisam acompanhar e modelar tendências e aprender a prever futuros para poder atuar no sentido de um futuro desejável. Ou serão agentes passivos em um futuro criado por outros.


Quais mensagens você costuma levar para os eventos internacionais dos quais participa?


Em 2007 dei uma palestra em São Francisco (EUA), defendendo como precisávamos modelar e produzir pacotinhos ou pílulas de aprendizagem e recombiná-los, formando infinitas experiências. É incrível como era já visionário naquele time o que hoje chamamos de assets e ecossistemas de aprendizagem. De lá para cá, vejo o mundo todo cada vez mais discutindo como usar tecnologia de forma útil, para o melhor do humano, e sempre falo associando aprendizagem com novos comportamentos e práticas de inovação.


O que não é inovação para você?


No Laboratório de Inovação da Afferolab, o Unboxlab, explicamos que, se não gera valor para o usuário, se rapidamente se inviabiliza, se não prova relevância para o cliente e para o negócio, não é inovação. No caso da aprendizagem corporativa, inovação vem para viabilizar progresso. Só inserir elementos divertidos, diferentões numa experiência não é inovar. É remodelar experiências, o que é muito importante, mas não necessariamente gera valor. Encaramos a inovação como um superpoder que resolve uma dor e leva o usuário a um progresso. E os melhores casos vêm com questionamentos, com incômodo e em cenários que buscam diversidade e fogem de vieses inconscientes.


Na sua opinião qual é o futuro das organizações e do trabalho?


Muitas tendências indicam que as organizações caminham para se tornarem ecossistemas sociais, atuando para trazer retorno como um sistema diverso, estável, equilibrado e autossuficiente. Agora, com a crise, as organizações têm vivido uma não estabilidade e nossa rotina tem sido uma zona de desconforto. Ou seja, o que a pandemia obrigou todos a fazerem, sem distinção, foi o que se falava de futuro organizacional: se desafiarem por novos caminhos para encontrarem o que serão os novos momentos de estabilidade dinâmica. As tendências de futuro do trabalho indicavam, também, que as pessoas iriam buscar atuar de forma muito mais diversa, priorizando propósito e benefícios diferentes dos atualmente buscados e transformando a forma como se trabalha, buscando maior flexibilidade, diversidade e protagonismo. Essas são outras hipóteses que parecem ter se confirmado com o que a crise provocou nas rotinas de todos os profissionais. Tecnologicamente, sabemos que diversas funções já tendiam a virar tarefas automatizadas ou até deixariam de existir e outras novas surgiriam. Isso por si só já tornava urgente que as organizações ajudassem seus profissionais a se requalificar e se tornassem possíveis sucessores do que ainda nem existe. Isso só se acelerou na pandemia. As organizações que quiserem futuro sustentável serão as que entenderem que não existe força e estabilidade real com silos, processos lineares, hierarquias e afins. São as que entenderem o que é ser digital e não tiverem medo de mudar, ágil e tecnologicamente falando



Qual o papel da Educação a Distância nesse contexto?


Um dos principais benefícios da chamada educação a distância é o acesso escalável a conhecimento que ela viabiliza, principalmente para públicos que jamais teriam esse acesso de outra forma. A tecnologia democratiza e expande. Mas não deveríamos mais chamar e limitar aprendizagem como educação a distância se tudo ocorre num mundo digital e ao longo da vida, o tempo todo. Antigamente, me incomodava muito ver a educação a distância limitada somente por conteúdos on-line, como se isso fosse suficiente para a aprendizagem acontecer, quando eram somente livros digitalizados. Hoje, vejo a abordagem reunindo de forma muito mais rica elementos diversos de troca e de imersão ativa, fundamentais em processos de aprendizagem e com a relevância devida para o suporte à performance no contexto e lugar que o aprendiz quiser. A antiga educação a distância transforma-se mais e mais em Aprendizagem Digital, algo muito mais poderoso que fornece abordagens autodirigidas de forma contextualizada, ágil, com tecnologias muito mais significativas para a aprendizagem autônoma e protagonista. E entendemos, finalmente, que o presencial continua sendo fundamental e faz parte do digital, mas hoje cada vez mais bebendo de metodologias ativas, imersivas e vivenciais. Então, se alguém me pergunta se o digital substitui o presencial, digo que um fortalece o outro, fomenta o que de melhor cada um deles pode prover.


Quais são as oportunidades para as empresas e como elas devem se preparar?


As empresas precisam se entender como agentes de impacto positivo. O relatório da Fjord pra 2020 começa exatamente citando que o capitalismo está evoluindo. As pessoas estão se tornando cada vez mais conscientes de como suas compras afetam outras pessoas e os recursos da Terra. E também pontua que o crescimento apenas para o lucro desaparecerá à medida que as pessoas exigirem produtos e serviços pessoalmente significativos e social e ambientalmente benéficos. Imagina isso pós-pandemia?


E, como dica do que priorizar, design é uma das melhores abordagens para qualquer organização. Nessa linha, todos precisam ser designers, lançando sua lente além do usuário final, passando do design centrado no usuário para o design para toda a vida e que desenha experiências para o coletivo. Precisam aprender a buscar diversidade, entender empaticamente os sistemas que interagem com seu negócio e tomar decisões ecossistemicamente, de forma ágil, reduzindo hierarquias e acabando com silos. Precisam também envolver seus atuais colaboradores, já bastante imbuídos de cultura e propósito, e requalificar parte deles para funções mais digitais. Fazer isso é mais um atalho na transformação da organização.


Segundo uma pesquisa da IBM, mais de 120 milhões de trabalhadores das 12 maiores economias do mundo precisam ser treinados novamente e terem mudança nas habilidades que apresentam dentro dos próximos três anos, como resultado de automação baseada em inteligência artificial. Nessa mesma pesquisa, os CEOs já consideram que a forma mais importante de acelerar performance da organização é com investimento nas pessoas.


E quais são as oportunidades para o cidadão comum e como ele pode se preparar?


Ao se falar em pessoas preparadas para o futuro, embora as habilidades digitais sejam vitais, as habilidades sociais já as superaram em importância. Buscar desenvolvimento e aplicação de habilidades como flexibilidade, agilidade, priorização, colaboração e comunicação e influência é fundamental. A isso, seguese análise de dados e sistêmica, habilidades tecnológicas, inovação e criatividade. Com a pandemia, o conceito de mundo vuca (volátil, incerto, complexo e ambíguo) virou rotina, o tal do novo normal, e habilidades como essas são as únicas ferramentas efetivas e que propiciam atuação positiva.


Como foi a sua trajetória profissional até aqui?


Sempre trabalhei com consultoria para aprendizagem vinculada ao uso de tecnologia e inovação. Foi uma trajetória muito lógica a partir do momento em que eu sempre atuava pautada em análise de tendências, estudos de horizontes de futuro, além de conceitos e abordagens ligados a design. A minha trajetória ganhou muito impulso pelo fato de ter aprendido e cocriado desde sempre, com diversos profissionais com habilidades extremamente digitais, perfil ágil e com base técnica para lidar com tecnologias emergentes. Como bônus, a Afferolab é uma empresa que incentiva inovação e não tem medo de se provocar. Qualquer profissional com perfil digital só ganha estando em uma organização trendsetter e que não tem medo de se transformar.


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