Pensei em começar falando do pouco tempo que estou nesse mundo tech/futurista/lifelong learning. Mas, na linha do Mind Hacking Lifestyle apresentado por Luciano Freitas, a noção de tempo e espaço é uma criação nossa, futuro e passado são mentais. Então talvez isso nem tenha importância porque, se tem uma coisa que essa trajetória está sendo (e que a nossa vida é), é intensa!

Lidia Zotini, ex-head de Marketing para Cloud e Cyber Segurança IBM Latam, inicia nossa conversa com cadeiras em forma de U e referenciando Yuval Noah Harari, autor dos livros best-sellers “Sapiens” e “Homo Deus” (que eu particularmente amo), para falar sobre aquilo que ouvimos muito e que, na verdade, acredito ser a grande resposta para todas as mudanças e tecnologias exponenciais que estão surgindo: Precisamos concentrar nossas energias e horas diárias para sermos mais humanos.

Não adianta ficar aí negando, porque as máquinas vão sim nos substituir, e que linda será essa libertação! Todo trabalho que uma máquina faz melhor do que um humano é um trabalho DESUMANO. Para que ficar lutando contra se há um mundo de possibilidades a se explorar? Calma, você não é o único que está preocupado com isso. Nosso cérebro cria âncoras com as percepções já existentes; essa é uma forma de autoproteção. Analisamos o tempo todo, e o nosso racional existe para sempre encontrar uma resposta para as nossas questões (por mais que elas não sejam as corretas).

Mas o tech tem coisas incríveis, ele hackeia a noção de tempo e espaço e, quando transcendemos essas duas barreiras, entramos em unidade cósmica, em flow, no ápice da nossa performance. Não é essa a chave para sermos cada vez melhores naquilo que nos designamos a fazer?

Somos cada vez mais plurais, íntegros e relevantes. Podemos viver a nossa verdade, e o que impera é a Sinarquia: o poder do mais sábio. Por isso, seja trabalhando na sua marca de roupas slow ou com branded content/entertainment ou fazendo essas duas coisas e outras várias porque somos slashes, precisamos de PROFUNDIDADE, FLUXO E CONSTÂNCIA. É usar o propósito para fazer de forma abundante, realizar, da melhor maneira, aquilo que você tem que fazer, produzindo conteúdo COM conteúdo. É usar a nossa pluralidade de forma plena. E um adendo: Ser pluralista é diferente de ser generalista. Pluralistas vão a fundo nos assuntos porque, quando se ama algo, você tem sede de conhecê-lo.

E, para acalmar os corações que ainda estiverem afoitos, a libertação dos trabalhos desumanos nos permitirá atingir a (r)evolução da consciência (obrigada, Luciana Bazanella e Vanessa Mathias, pela melhor palestra/experiência do HackTown 2018). Foi lindo ver o auditório do ETE comprovando como os sistemas nos deixam mais críticos e elevam nossa consciência coletiva. Por isso, as premissas do século XX não fazem mais sentido hoje, e a empatia é uma das skills do profissional do futuro. Esse é o caminho para o Oneness, a singularidade, a matéria se tornando mente, a liberdade da realidade material.

Algumas questões dão tela azul na minha cabeça depois de participar de eventos de inovação e tecnologia: Quando todo mundo vai ter acesso a isso? Quem vai ser beneficiado por tantas ferramentas? Por que isso não é informado nos jornais para as grandes massas? Por que esse assunto não é discutido nas conversas de boteco? Como eu posso impactar a partir de tudo que vivo e aprendo?

Voltei para São Paulo feliz, porque as telas azuis foram outras. Ouvir falar tanto do SER humano, de como nossas diferenças são importantes, de como cada grão de areia forma uma praia paradisíaca e que, se cada um concentrar sua integridade no que se dispõe a transformar no mundo (e tudo isso ocupando locais públicos de uma cidade do interior de MG) me deixou esperançosa de que temos um poder enorme quando estamos JUNTOS.

No fim, somos o centro de tudo, e somos UM SÓ, feitos da mesma matéria que as estrelas e brilhando cada um sem ofuscar o outro. A tecnologia só está potencializando aquilo que somos, então é fácil compreender que o futuro está sendo construído por nós e que nós somos o caminho AQUI e AGORA. Bora pro Oneness? ❤

Para finalizar, alguns spoilers da vida real:

• O Facebook não será mais um “jornal” sobre a vida dos seus amigos. Nosso querido Zuck já sacou que seu produto virou o novo Orkute vai trazer algo que nós queremos há tempos: Viajar no tempo à la “Black Mirror”. O Facebook Spaces (que já tem uma versão beta) irá compilar todos nossos stories, fotos e qualquer registro para montar, com a ajuda da realidade virtual, uma paralela em que poderemos visitar aquela festa de formatura, aniversário, enfim, qualquer momento.
• Temos que ficar de olho na China. “Ok, Mariana, estamos cansados de saber disso”. Mas anota mais uma coisa: Os CEOs da Tencent , Baidue Alibaba terão MUITA influência na economia global. Então talvez seja mais sábio discutir sobre isso do que ficar brigando com os “Bolsominions”.
• Viajaremos de drones autônomos, Uber Elevatejá é realidade, e Dara Khosrowshahi não está preocupado se o tráfego aéreo está preparado para mais um passo rumo à vida dos Jetsons. Segundo ele, a legislação deve se adequar para acompanhar a evolução do nosso cotidiano.